Entre o passado e o futuro: a viabilidade do iPhone 11 e os rumores do inédito dobrável da Apple

O mercado de smartphones da Apple vive um momento curioso de contraste. Enquanto consumidores ainda buscam o iPhone 11 como uma porta de entrada acessível para o ecossistema da marca, os olhares da indústria já se voltam para 2026, com vazamentos indicando mudanças radicais na arquitetura dos aparelhos, incluindo o tão aguardado iPhone Fold. Analisar o cenário atual exige ponderar se o hardware de 2019 ainda sustenta o uso cotidiano frente às inovações que prometem extinguir até mesmo o chip físico dos celulares.

O dilema do hardware veterano

Para quem considera adquirir um iPhone 11 em 2024, a análise da ficha técnica revela limitações claras impostas pelo tempo. O aparelho ostenta uma tela LCD de 6,1 polegadas que, embora funcional, perde em vivacidade e contraste para os painéis OLED presentes nas gerações mais recentes. A resolução de 1792 x 828 pixels também fica consideravelmente atrás dos padrões atuais, como os 2556 x 1179 pixels encontrados no iPhone 16.

Visualmente, o modelo ainda conversa com a linguagem de design atual, mantendo o módulo de câmeras quadrado e laterais arredondadas que lembram o iPhone 15, mas peca pelo entalhe (notch) de grandes proporções, reduzindo o aproveitamento útil do display. No departamento de fotografia, os dois sensores de 12 megapixels — sendo um deles ultrawide — entregam resultados satisfatórios para redes sociais, mas não competem com a nitidez dos sensores de 48 megapixels que equipam os lançamentos modernos.

Desempenho e o fim da linha nas atualizações

Sob o capô, o chip A13 Bionic demonstra uma resiliência notável, rodando a maioria dos aplicativos e jogos com fluidez aceitável para o usuário médio. No entanto, as restrições de conectividade pesam: o modelo está limitado ao 4G, ficando de fora da revolução do 5G. Além disso, a bateria, que promete cerca de 17 horas de reprodução de vídeo, já não impressiona quando comparada às 22 horas de autonomia do iPhone 16.

O fator decisivo, todavia, é o software. Lançado com iOS 13 e atualizado até o iOS 18 em 2024, o aparelho caminha para a obsolescência. Completando seis anos de mercado em 2025, é improvável que o iPhone 11 receba o iOS 19. Essa falta de perspectiva corta o acesso a novos recursos — o modelo já não suporta o Apple Intelligence — e, eventualmente, resultará na incompatibilidade com aplicativos essenciais. Diante disso, a recomendação de mercado aponta para modelos como o iPhone 13 ou 14, que oferecem uma longevidade superior.

A aposta no futuro dobrável e o fim do SIM físico

Enquanto o iPhone 11 se despede, a Apple prepara o terreno para sua nova era. Rumores recentes, corroborados pelo informante Instant Station na rede social Weibo, sugerem que o iPhone Fold, previsto para 2026, poderá adotar um design exclusivamente eSIM, eliminando de vez a bandeja para chips físicos. Essa transição deve começar já em 2025 com o lançamento do iPhone Air, modelo que servirá como um “balão de ensaio” estratégico para as tecnologias que integrarão o primeiro dobrável da empresa.

A estratégia de remover o SIM físico não é apenas estética. A mudança libera um espaço precioso no interior do dispositivo, permitindo a inclusão de baterias maiores e sistemas de resfriamento mais eficientes — melhorias cruciais para um aparelho que, teoricamente, empilhará dois painéis semelhantes aos do iPhone Air.

Desafios de mercado e expectativas de lançamento

A transição para o eSIM, contudo, pode gerar atrito inicial. Embora mercados como a Índia já tenham suporte consolidado para a tecnologia, a China — um dos maiores consumidores da Apple — representará o grande teste de aceitação e demanda. Apesar das vendas possivelmente modestas previstas para o iPhone Air, ele pavimentará o caminho tecnológico para o Fold.

A expectativa é que o iPhone Fold seja anunciado juntamente com a linha iPhone 18 Pro em 2026. Como é típico de tecnologias de primeira geração na Apple, o preço deve ser premium, refletindo tanto a inovação da tela dobrável quanto as melhorias de hardware possibilitadas pelo novo design interno. À medida que a data se aproxima, novos vazamentos devem detalhar como a gigante de Cupertino pretende unir design refinado e funcionalidade, transformando o Fold em um dos dispositivos mais aguardados da década.